Qualidade Vivida

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

(Re)flexão

Quando 2016 começou, ele era todo Meu. TODO!!!!!
Foi colocado em minhas mãos e eu o agarrei com toda a minha força!
Eu podia fazer dele o que quisesse... e fiz! Senti, elaborei, planejei, criei, morri, renasci, chorei, sorri muito. Sobrevivi e cheguei aos meus 50 anos com muita dignidade!
Ele chegou como um livro em branco, e nele eu podia colocar qualquer coisa. Eu coloquei esperança, poema, oração, amigos, família, AMOR.
Podia... e coloquei!
Hoje não posso mais; já não é meu...
Foi concluído e publicado.
Hoje me resta lê-lo, com todos os detalhes, mas não poderei corrigi-lo no passado, tão somente no presente, no que está por vir. 
Antes que 2016 termine, reflito no meu velho livro e o folheio com cuidado.
Permito passar cada uma das páginas pelas mãos da minha consciência, com o crivo do meu coração, afinal, ele sou eu ontem!
Aprecio aquelas páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não tentaria arrancá-las - seria inútil. Já estão escritas. Mas eu posso revisitá-las enquanto escrevo o novo livro que me será entregue. Assim, poderei reinventar as boas coisas que escrevi, e evitar repetir as coisas ruins.
Para escrever o meu novo livro, eu contarei novamente com a delícia dos encontros que terei para preencher toda a imensa superfície do meu mundo.
Eu beijarei e chorarei sobre meu livro de 2016 incontáveis vezes - ele me permitiu chegar até aqui e eu dou graças por isso!
Não importa como estarei...
Ainda que tenha páginas insuportáveis, entregarei e direi: OBRIGADA e PERDÃO!
E, quando 2017 chegar, o meu novo livro estará em minhas mãos, novo, limpo, em branco, todo meu, no qual eu reimprimirei outra história, a que for possível a mim, com muito mais potência e vigor!



P.S.: O meu texto foi inspirado em outro texto, cuja autoria eu não encontrei, infelizmente. Recebi de um amigo, por Whatsapp. O encontrei nos links abaixo, também sem autoria, no original. A conferir:






quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Doce Mônica!

"Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele,
 guardei a minha no bolso. E fui".
(Clarice Lispector)

Hoje é um daqueles dias em que eu fabrico coisas... uma lata de doce de leite ao meu lado e a minha imaginação fértil são o suficiente para eu acreditar que posso ter a minha vida de volta. É só isso... Roubaram minha vida de mim e eu permiti! A garota legal precisou se recolher. Me fizeram acreditar que eu era a Mulher Maravilha quando eu queria ser apenas a Penélope Charmosa... O problema é que nessa criação de expectativa de mim, não fui nem uma, nem outra. Dos personagens estou muito mais para a Mônica, do Maurício de Souza, com direito a coelho na mão... A questão que fica é que nem o doce Cebolinha aguenta tanta chatice... Chamei um amigo para cuidar da minha dor... Não consegui me entregar e como Clarisse Lispector, guardei a minha dor e fui ao encontro da dor alheia... foi mais fácil... Estou precisando brigar com Deus novamente, quem sabe assim ele resolve se fazer presente...
Lendo Cris Guerra, me dei conta de que é preciso se acostumar a conviver com alguns sentimentos, até que eles possam ir embora. A morte aparece incontáveis vezes e de maneiras diferentes, todos os dias. É realmente fundamental viver o luto para não viver de luto... "A morte se repete muitas vezes. Ao acordar, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. Até que em nós ela morra de fato - e isso demora." Não respeitar o luto de uma situação de morte em nós ou de nós é o mesmo que guardar ressentimento (o termo ressentir significa sentir novamente), um dia ele volta e com força. 


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Perdeu Playboy

A vida seria engraçada se não fosse grega - ups... trágica! Acabo de ler na página de uma poetisa que eu admiro muito, a seguinte frase:

 "Obrigada, minha velhinha, por me mostrar que é no futuro que se desenha a vida, ainda que ele possa durar apenas mais um dia" (Flora Figueiredo)

Estou debruçada nessa coisa do tempo... E o moço bonito e inteligente, que eu admiro muitíssimo me presenteia com lindo texto... Ah, Marcelo Gleiser... Quanta sensibilidade cabe dentro de você? Aos 50, ando na fase de expandir o tempo... quero aventuras, novas experiências, quero que a vida me surpreenda. Como na física, compreendo o tempo como uma medida de transformação, que deve ser respeitada e vivenciada dentro de cada fase, com plenitude, com vigor - mas respeitando cada fase! Reconheço-me e identifico-me na que estou agora - meu doce e amargo 50 anos! Transito pelas outras histórias, de fases diferentes, porém, encontrando-me dentro da minha fase! Sou mulher de 50, com jeito de 50, aparência de 50, experiência de 50. Nunca atropelei o tempo. Talvez por isso ele sempre me tenha sido tão generoso e tenha me transformado em uma bela mulher de 50! Aos 20 eu fui analítica, - aquela do mergulho profundo do sem sentido que fazia sentir. Aos 30 radicalizava sobre todas as coisas que estavam em minha volta - mas no sentido literal do termo: era daquelas que me encontrava nas raízes e me perdia nas superfícies (tal e qual nas entrelinhas nietzscheanas). Aos 40 des-cobri que na superfície eu tinha muito mais do que precisava. Aprendi a enxergar o entorno e muita coisa começou a ser (re)velada... o óbvio, por exemplo!  Meus amigos íntimos têm o tempo de vida que nos permitiu chegarmos aonde estamos hoje, mas o melhor que esse tempo me revelou foi ouvir a seguinte frase: "na alegria e na tristeza, jamais te deixaria ir embora sozinha..." Descobri que tenho tribos e gosto disso! A minha tribo não é a mesma que a da minha filha - graças a Deus por isso! Ando brincando com lápis de cor... Tenho desenhado o meu futuro...
P.S.: Dedico esse texto ao meu amigo Leandro e quero tornar público que assim como ele, eu também não o deixarei "ir embora" sozinho. Ao infinito e além...
P.S.2: O verbo AMAR só se vivencia no presente. Em todo o resto ele apenas se conjuga!
P.S.3: Adoro reticências...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sinto muito...


Sinto muito te-lo encontrado... E desse encontro sinto...
...muito amor
...muito desejo
...muito cheiro de ternura
...muito carinho
...muita cumplicidade
...muita amizade
...muita conversa jogada dentro
...Muito de tudo que bagunça a minha vida e me faz acreditar que...
...delirar é menos que sonhar, que sonhar é menos que planejar, que planejar é menos que realizar, que realizar é menos que viver... E que tudo isso junto é Soma




quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Qualquer maneira de Amor valerá

Ainda hoje leio sobre homofobia. Isso me choca. Não quero me acostumar com pessoas que insistem em agredir outras pessoas porque amam diferente do contexto religioso.
Conheço homens e mulheres que sofrem porque amam tanto seus familiares e por esse amor não conseguem expressar o que a sua sexualidade grita. Abafam num grito silencioso o Amor. É o ódio do outro que os impede Amar, por amor de quem odeia a sua forma de amar.
Criem coragem e libertem-se desse desamor. Sejam capazes de ensinar que "qualquer forma de AMOR" vale o gozo da liberdade de ser e estar num mundo tão violento...
"- Eu não te odeio porque você odeia a minha forma de amar. Mas eu me liberto do seu ódio e sigo te ensinando a amar." (Uma adolescente, que se suicidou. Uma vítima de sua família preconceituosa)