Qualidade Vivida

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

(Re)flexão

Quando 2016 começou, ele era todo Meu. TODO!!!!!
Foi colocado em minhas mãos e eu o agarrei com toda a minha força!
Eu podia fazer dele o que quisesse... e fiz! Senti, elaborei, planejei, criei, morri, renasci, chorei, sorri muito. Sobrevivi e cheguei aos meus 50 anos com muita dignidade!
Ele chegou como um livro em branco, e nele eu podia colocar qualquer coisa. Eu coloquei esperança, poema, oração, amigos, família, AMOR.
Podia... e coloquei!
Hoje não posso mais; já não é meu...
Foi concluído e publicado.
Hoje me resta lê-lo, com todos os detalhes, mas não poderei corrigi-lo no passado, tão somente no presente, no que está por vir. 
Antes que 2016 termine, reflito no meu velho livro e o folheio com cuidado.
Permito passar cada uma das páginas pelas mãos da minha consciência, com o crivo do meu coração, afinal, ele sou eu ontem!
Aprecio aquelas páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não tentaria arrancá-las - seria inútil. Já estão escritas. Mas eu posso revisitá-las enquanto escrevo o novo livro que me será entregue. Assim, poderei reinventar as boas coisas que escrevi, e evitar repetir as coisas ruins.
Para escrever o meu novo livro, eu contarei novamente com a delícia dos encontros que terei para preencher toda a imensa superfície do meu mundo.
Eu beijarei e chorarei sobre meu livro de 2016 incontáveis vezes - ele me permitiu chegar até aqui e eu dou graças por isso!
Não importa como estarei...
Ainda que tenha páginas insuportáveis, entregarei e direi: OBRIGADA e PERDÃO!
E, quando 2017 chegar, o meu novo livro estará em minhas mãos, novo, limpo, em branco, todo meu, no qual eu reimprimirei outra história, a que for possível a mim, com muito mais potência e vigor!



P.S.: O meu texto foi inspirado em outro texto, cuja autoria eu não encontrei, infelizmente. Recebi de um amigo, por Whatsapp. O encontrei nos links abaixo, também sem autoria, no original. A conferir:






quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Doce Mônica!

"Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele,
 guardei a minha no bolso. E fui".
(Clarice Lispector)

Hoje é um daqueles dias em que eu fabrico coisas... uma lata de doce de leite ao meu lado e a minha imaginação fértil são o suficiente para eu acreditar que posso ter a minha vida de volta. É só isso... Roubaram minha vida de mim e eu permiti! A garota legal precisou se recolher. Me fizeram acreditar que eu era a Mulher Maravilha quando eu queria ser apenas a Penélope Charmosa... O problema é que nessa criação de expectativa de mim, não fui nem uma, nem outra. Dos personagens estou muito mais para a Mônica, do Maurício de Souza, com direito a coelho na mão... A questão que fica é que nem o doce Cebolinha aguenta tanta chatice... Chamei um amigo para cuidar da minha dor... Não consegui me entregar e como Clarisse Lispector, guardei a minha dor e fui ao encontro da dor alheia... foi mais fácil... Estou precisando brigar com Deus novamente, quem sabe assim ele resolve se fazer presente...
Lendo Cris Guerra, me dei conta de que é preciso se acostumar a conviver com alguns sentimentos, até que eles possam ir embora. A morte aparece incontáveis vezes e de maneiras diferentes, todos os dias. É realmente fundamental viver o luto para não viver de luto... "A morte se repete muitas vezes. Ao acordar, está lá a morte de novo. A cada lembrança, outra morte. Até que em nós ela morra de fato - e isso demora." Não respeitar o luto de uma situação de morte em nós ou de nós é o mesmo que guardar ressentimento (o termo ressentir significa sentir novamente), um dia ele volta e com força. 


quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Perdeu Playboy

A vida seria engraçada se não fosse grega - ups... trágica! Acabo de ler na página de uma poetisa que eu admiro muito, a seguinte frase:

 "Obrigada, minha velhinha, por me mostrar que é no futuro que se desenha a vida, ainda que ele possa durar apenas mais um dia" (Flora Figueiredo)

Estou debruçada nessa coisa do tempo... E o moço bonito e inteligente, que eu admiro muitíssimo me presenteia com lindo texto... Ah, Marcelo Gleiser... Quanta sensibilidade cabe dentro de você? Aos 50, ando na fase de expandir o tempo... quero aventuras, novas experiências, quero que a vida me surpreenda. Como na física, compreendo o tempo como uma medida de transformação, que deve ser respeitada e vivenciada dentro de cada fase, com plenitude, com vigor - mas respeitando cada fase! Reconheço-me e identifico-me na que estou agora - meu doce e amargo 50 anos! Transito pelas outras histórias, de fases diferentes, porém, encontrando-me dentro da minha fase! Sou mulher de 50, com jeito de 50, aparência de 50, experiência de 50. Nunca atropelei o tempo. Talvez por isso ele sempre me tenha sido tão generoso e tenha me transformado em uma bela mulher de 50! Aos 20 eu fui analítica, - aquela do mergulho profundo do sem sentido que fazia sentir. Aos 30 radicalizava sobre todas as coisas que estavam em minha volta - mas no sentido literal do termo: era daquelas que me encontrava nas raízes e me perdia nas superfícies (tal e qual nas entrelinhas nietzscheanas). Aos 40 des-cobri que na superfície eu tinha muito mais do que precisava. Aprendi a enxergar o entorno e muita coisa começou a ser (re)velada... o óbvio, por exemplo!  Meus amigos íntimos têm o tempo de vida que nos permitiu chegarmos aonde estamos hoje, mas o melhor que esse tempo me revelou foi ouvir a seguinte frase: "na alegria e na tristeza, jamais te deixaria ir embora sozinha..." Descobri que tenho tribos e gosto disso! A minha tribo não é a mesma que a da minha filha - graças a Deus por isso! Ando brincando com lápis de cor... Tenho desenhado o meu futuro...
P.S.: Dedico esse texto ao meu amigo Leandro e quero tornar público que assim como ele, eu também não o deixarei "ir embora" sozinho. Ao infinito e além...
P.S.2: O verbo AMAR só se vivencia no presente. Em todo o resto ele apenas se conjuga!
P.S.3: Adoro reticências...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Sinto muito...


Sinto muito te-lo encontrado... E desse encontro sinto...
...muito amor
...muito desejo
...muito cheiro de ternura
...muito carinho
...muita cumplicidade
...muita amizade
...muita conversa jogada dentro
...Muito de tudo que bagunça a minha vida e me faz acreditar que...
...delirar é menos que sonhar, que sonhar é menos que planejar, que planejar é menos que realizar, que realizar é menos que viver... E que tudo isso junto é Soma




quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Qualquer maneira de Amor valerá

Ainda hoje leio sobre homofobia. Isso me choca. Não quero me acostumar com pessoas que insistem em agredir outras pessoas porque amam diferente do contexto religioso.
Conheço homens e mulheres que sofrem porque amam tanto seus familiares e por esse amor não conseguem expressar o que a sua sexualidade grita. Abafam num grito silencioso o Amor. É o ódio do outro que os impede Amar, por amor de quem odeia a sua forma de amar.
Criem coragem e libertem-se desse desamor. Sejam capazes de ensinar que "qualquer forma de AMOR" vale o gozo da liberdade de ser e estar num mundo tão violento...
"- Eu não te odeio porque você odeia a minha forma de amar. Mas eu me liberto do seu ódio e sigo te ensinando a amar." (Uma adolescente, que se suicidou. Uma vítima de sua família preconceituosa)




terça-feira, 29 de novembro de 2016

Rótulos não me definem, mas me apresentam

Ultimamente tenho pensado muito nessa palavra: RÓTULO
O que é e para que serve?
Antes de falar disso, quero desabafar. Ao longo de anos, repudiei os rótulos. Hoje, chamo de rótulos, aquilo que me ajuda a caminhar naquele instante. Sou... ? ! ?! ; : , .
professor, pedagogo, filósofo, terapeuta, esclerosado, bombeiro, engenheiro, arquiteto, músico, esclerosado, aposentado, pensionista, médico, artista plástico, esclerosado, do lar, confeiteiro, lojista, advogado, esclerosado, economista, contador, veterinário, cozinheiro, esclerosado...


Como na propaganda, rótulos não me definem... porém... ME APRESENTAM!
O rótulo foi criado para apresentar coisas e não pessoas. Vamos pensar sobre isso... Será que o olhar do outro não me coisifica? Não temos controle sobre a forma como o outro nos olha, mas podemos dizer a ele como desejamos ser vistos, sem que haja um tratado para isso. É a nossa forma de estar no mundo que vai nos apresentando e essa existência é construída diariamente, no intermédio entre o que eu sou, o que eu gostaria de ser e como o outro me vê. É pelo outro que eu me reconheço e "sei" que existo; esse outro, é, inclusive, o outro do espelho. 
Várias vezes ao dia exercitamos papéis sociais que são absolutamente necessários para nossa sobrevivência. As interferências emocionais que um rótulo pode causar no indivíduo, quando é atribuída uma identidade a ele sem que ele a assuma como sua, muitas vezes é catastrófica. Já repararam que é PROIBIDO colocarmos o rótulo de um produto em outro? É crime de identidade. Deveríamos tratar de nós como algumas pessoas tratam das coisas: COM RESPEITO E SERIEDADE.
Eu não posso atribuir ao outro uma identidade que ele não assumiu como sua. É crime de pré-conceito. Mas se eu digo, por exemplo, que sou "esclerosada", assumo diante da sociedade que tenho EM, portanto, qualquer pessoa que se refira a mim como "esclerosada" não está cometendo crime algum, embora eu seja pra além da EM - simpática, atraente, divertida, alto astral... (algumas pessoas têm limitações para enxergarem o outro. Talvez reflexos internos nunca acessados)
Assumir uma doença não é andar com uma placa no pescoço, é contribuir para torná-la acessível em qualquer esfera, principalmente a do bem estar de quem convive com ela. Ignorar que você é portador de uma doença é negligenciar com a vida. Doença é Pathos, que no grego, significa excesso, paixão, sob domínio de algo. Saúde é o encontro que temos com as nossas potencialidades, transformando-as em ações positivas.  Se estou portador de uma doença, isso não significa dizer que estou ausente de saúde. É a saúde que me fará fluir em bem estar, apesar da doença. Ela favorecerá que eu respeite os meus limites para que, futuramente, eu possa transcendê-los. Ir além de uma capacidade implica em aumentar sempre e cada vez mais a minha potência de agir, atraindo-me bons encontros e vivências. Como podem perceber, ser portador de algo é carga enorme de responsabilidade para ignorá-lo. 
Rótulos não me definem, mas me apresentam e abrem portas quando o assumo, reconheço, preciso e sei usá-lo com responsabilidade. Podem fechar portas? Evidente. Mas se alguém fecha a porta para mim, porque sou portadora de EM, é sinal de que não sou bem vinda ali. Neste caso, que bom que encontrei a porta fechada, assim terei a oportunidade de buscar por uma que estará aberta para me acolher.
Você tem uma doença que carece de informação? Comece vencendo o próprio preconceito e assuma esse pathos. A primeira maneira para vencermos às paixões, sejam elas quais forem, é reconhecendo que elas existem. Tantas coisas transbordam de dentro de nós, que nem sempre são bacanas... E se não são legais, qual a melhor maneira de conviver com os excessos, sem que os transbordamentos atrapalhem nossa existência?! Já parou para pensar nisso? Bom momento para começar...

#pormenospreconceito #rotulosnaomedefinemmasmeapresentam #EM #juntossomosmaisfortes

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sobre morrer junto

Parte de mim morreu junto com ele
Ele faria 10 anos em setembro. Gozava de uma saúde absurda! Lindo, feliz, tranquilo, amava estar entre pessoas, tinha a maior paciência com crianças e com idosos, era louco pelo meu pai e pela minha mãe, tinha rotina bem definida, me esperava todos os dias no portão de casa (sei lá como ele sabia a hora que eu estava chegando), amava correr na rua e brincar com outros cães e mais que tudo: era completamente apaixonado por mim... 
Eu sei o quanto é difícil para algumas pessoas entenderem esse amor que transborda de mim, pelos animais, mas eu amo TANTO, que chega a doer... devo ter sido um na encarnação passada... 
Nicolau era tão esperto que chamava para dormir, pedia para abrir a porta quando queria ir lá fora fazer xixi e quando via uma mala pronta ou movimento de arrumação de mala, rápido corria para sua coleira, sabia que era hora de viajar!
Era domingo, dia 22 de maio, manhã tranquila e gostosa de outono. Ele foi para o portão, pediu para sair. Abri o portão e fui com ele, olhá-lo correr, como sempre fazia... 
Não voltou vivo! Foi tão rápido que é difícil entender... A veterinária foi até a nossa casa dar o óbito e quando o viu disse: ele nem sentiu, quebrou o pescoço... 
Quem sabe sobre a morte? Mal sei da vida... 
O que me conforta, um pouco, é acreditar que ele virou uma energia boa no universo e essa energia está ali, no nosso quintal, protegendo e iluminando a nossa casa.
Que Deus o abençoe, como sempre fez, desde o dia em que o encontramos...

terça-feira, 26 de abril de 2016

Eu sou Manjericão

Nem coxinha, nem mortadela, eu sou Manjericão!
Sou do mato e da terra! Não fui fabricada.
Tenho raízes que me sustentam,
não preciso que me comprem para não apodrecer.
E se pereço pelo tempo, pela ausência de quem me tomasse como alimento
Servirei de adubo fértil para minha Terra e comida para os passarinhos.
Prefiro morrer desprendendo aroma, com ares de saúde
Brasileira? Inclusive...
Sou do mundo
Criança e idoso não são "Naturais de"
São responsabilidade de todos, em qualquer canto do planeta
Não Clamo por um Brasil melhor
Clamo por um MUNDO habitável
Onde houver terra fértil, é pra lá que eu vou...
Não discuta comigo
Sorrirei para você
Não tente impor a sua crença
Meu perfume me pertence
E se não gostou da minha Brisa
não deite-se sob minha sombra


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Três mulheres e um Caminho: O encontro das três mosqueteiras

Três mulheres e um Caminho: O encontro das três mosqueteiras: Imaginamos que vocês estão loucos para saber como nós nos conhecemos... Essa é a nossa história de hoje! Para percorrer o Caminho de Sant...

sábado, 9 de abril de 2016

Três mulheres e um Caminho: A escolha do meu Caminho

Três mulheres e um Caminho: A escolha do meu Caminho: Acreditem: Foi o caminho que me escolheu! Um belo dia, há uns 20 anos atrás, acordei sonhando com uma estrada. Minha mãe tinha acabado d...

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Esclerose Múltipla e Eu: Gratidão ou, do que é feita a minha felicidade

Coisa mais linda, gente... Bruna escreve com o coração...
Esclerose Múltipla e Eu: Gratidão ou, do que é feita a minha felicidade: Oi gentes, tudo bem com vocês? Por aqui tudo bem. E hoje quero conversar com vocês sobre Gratidão. Esse sentimento, que é muito mais do ...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Brisa Nasceu! Doce morte diária...

Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente? Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela  já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte.
(Sêneca. Aprendendo a viver. pag. 15)

Hoje acordei em ritmo diferente... Eis que no fim da prática de Yôga ontem, na hora das "invertidas", perdi a força nos quadris! Estava eu, ali na casinha da árvore, deitada, imóvel! Naquele instante me deu uma tristeza sem fim! E agora, Claudinha? Respirei fundo e deixei meu corpo pesar naquele tatâmi.  Meditei. Em seguida, mais calma, me consultei sobre o que eu poderia fazer naquele momento e a resposta estava no meu próprio corpo. Com a ajuda das minhas mãos e do movimento do meu tronco eu consegui suspender as pernas que pareciam pesar toneladas. Constatei (mais uma vez) que minhas pernas respondiam mais do que eu supunha. Nada aconteceu com o resto do meu corpo, apenas com os meus quadris! De onde vem a força do quadril? ABDÔMEN e LOMBAR! Encontrei o que procurava! Sem desespero, encerrei a prática junto com a turma e levei para casa aquele desconforto. Nenhuma dor me acompanhava, apenas uma fadiga extrema. Ontem não fui de bicicleta! Ufa... Entrei no carro e vim dirigindo só pensando naqueles instantes intermináveis da impotência de não conseguir levantar as pernas do chão, como normalmente faço. Saí do carro sentindo que algo diferente estava acontecendo comigo. FADIGA! Minha fiel companheira! Sem muito "mimimi", fui direto para o banho. Tudo estava lentificado... Precisava comer alguma coisa, mas até a fome me deixou sozinha... Então, sem fome, fui direto para cama. Ao deitar-me, lembrei que precisava escovar os dentes! E agora? Esbarrei na falta de força para levantar meu corpo da cama. Minhas mãos ajudaram-me mais uma vez e eu fui firme e "forte" até o banheiro. Retornei e deitei na cama com a cabeça no amanhã. Mil questões me vieram à mente: como eu acordarei? Essa falta de força será progressiva? E se for, como farei para abrir a loja, já que minha mãe precisa levar meu pai ao médico? Por instantes me vi num caos profundo! Acabei adormecendo... 
Sabe aquela música: "Hoje é um novo dia, de um novo tempo, que começou..."? Acordei com ela na cabeça. E junto me veio a minha amiga esclerosada, Raquel Alvarenga, que criou a Alice. Já havia pedido permissão a ela para nomear a Alice que existe em mim. E ela veio com força. Chegou a Brisa. Mas Brisa? Sim! É assim que ela sempre chega em mim... suavemente... e é suavemente que ela ativa a minha força interior. Existe uma saúde em mim que beira ao insuportável! Pollyanna faria escola comigo! Dei-me conta de que a falta de força diminuira. Mas ela ainda estava lá. Foi mais fácil levantar-me da cama, mas só foi possível com a ajuda das mãos/braços. Se morro diariamente, e hoje abri os olhos mais uma vez, hoje renasci de novo. E foi com essa força ausente da força que dei início ao meu dia. Na memória, escondia-se atrás de uma cortina qualquer as palavras de Sêneca e se ele estivesse aqui eu diria: Essa pessoa sou eu! Hoje é um outro dia, que será completamente diferente de ontem e quando chegar a hora da prática de hoje, estarei pronta para vivenciar o que for necessário - com ou sem invertida. Nada para mim é tão certo como a morte diária. A eternidade se dá na transcendência do que realizamos: livros, árvores plantadas, filhos, memórias... Já a minha vida é imanente. Sendo assim, cabe a mim transformá-la em algo muito, ou melhor, ultramegapower bacana! Com ou sem força! Assim, o meu grito de guerra plagiado da animação Toy Story faz sentido! Então é isso, gente... Ao infinito e além, porque o Caminho de Santiago me espera!


#EM #FortesemForça #NaMiradoCaminhodeSantiago #Brisachegou


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Sexo na Esclerose Múltipla #QualidadeVivida

Gente, esse vídeo além de esclarecedor, está muito divertido! Vale conferir!!!!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A relação do processo de criação com o excesso

Eis que eu estava deitada, livro fechado, esperando o sono me encontrar. Minha cabeça fervia! Tudo parecia tão desconexo! Mil coisas passavam em meu pensamento, sem sentido algum... sobre parto natural e cezariana, sobre histórias infantis, sobre educação ambiental, sobre fazer trilhas, sobre o Caminho de Santiago, sobre o livro que estou lendo - "Efeito Sombra"- e alguma de suas frases impactantes em mim, sobre se amanhã comerei a comida deliciosa da Adélia ou se irei almoçar em casa, sobre o evento que realizei hoje na porta da "Villa dos Bebês"... Talvez a minha dislexia esteja super aflorada, talvez a minha capacidade de concentração tenha se perdido ainda mais, sei lá... o fato é que precisei estar aqui... Uma coisa não posso negar: o processo criativo transborda e não me deixa dormir enquanto eu não o deixo sair... Sufocá-lo dentro de mim? Jamais! Depois da Esclerose Múltipla, tenho o maior cuidado com os sufocamentos que a vida me impõe. Prefiro tomar as rédias dela a deixá-la me levar, ainda que nem sempre seja possível.
Cá estou... colocando ordem em minha cachola - ou ao menos tentando! No meio de tanto pensamento em ebulição, o que saiu foi filosofia... Bataille disse para mim, certa vez, por ocasião de um encontro que tive com ele, em seu livro "O Erotismo", evidentemente - adoro voltar ao séc. XVII  e rever Espinosa, por exemplo...- o seguinte:

Se vemos nos interditos essenciais a recusa que opõe o ser à natureza encarada como um excesso de energia viva e como uma orgia da destruição, não podemos mais diferenciar a morte da sexualidade. A sexualidade e a morte são apenas os momentos intensos de uma festa que a natureza celebra com a multidão inesgotável dos seres, uma e outra tendo o sentido do desperdício ilimitado que a natureza executa contra o desejo de durar que é próprio de cada ser.
(O Erotismo. Cap. IV. O movimento da prodigalidade da vida e o medo desse movimento)

Acompanhe comigo, se a vida acontece no excesso, no transbordamento do gozo através da morte de seres tais como o óvulo e os espermatozoides,  em sua necessidade de transformação, criando assim um novo ser, posso dizer que criação e excesso são termos indissociáveis. Não temos como pensar a criação sem deixar de fora o excesso. Quando "engaiolamos" nosso processo criativo, ele implode. E, de alguma forma, ele transbordará. Talvez, destrutivamente, em forma de patologias, mas ele arrebentará os limites da gaiola. 
Limite, outro termo que causa desconforto quando eu afirmo que para que sejamos seres transgressores necessitamos de limites na infância. Olha aí a minha falta de concentração invadindo o meu texto... Voltando...
A criação é o excesso. Aquilo que transborda de nós. É quando não damos conta de algo. É impossível detê-la. E foi isso que aconteceu comigo agora... E do que eu mais preciso para não me perder? FOCO! Nada é tão difícil para mim quanto ele! Soninho, por favor, venha ao meu encontro... Eu já transbordei...
Guernica, 1937, Pablo Picasso

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Vermelho na chegada do bebê

Desde que comecei a receber mamães buscando por roupas vermelhas para embalar seus filhotes saindo da maternidade, pergunto: por que vermelho? As respostas variam... "Não sei. Minha vó falou que é bom e eu respeito", "Foi minha mãe que disse que traz felicidade, mas eu não sei de onde vem isso", "minha avó falou que afasta o mau agouro e se bem não faz, mal também não"... 
Intrigada e irritada com a minha ignorância mistica, fui buscar no google e achei algumas coisas que tratam das cores, e vários sites e blogs me apresentaram a lenda que transcrevo abaixo! 
P.S. 1: Decidi postar aqui para aquelas mamães que, como eu, adoram uma história...
P.S. 2: Reza a lenda que contar história faz bem à imaginação e ajuda a desenvolver a inteligência... rsrsrs

"Presentear sapatinhos vermelhos tem seu significado em um antigo costume cigano que simboliza proteção e o desejo de boa sorte, saúde e felicidade para o resto da vida.
De acordo com a lenda que envolve os sapatinhos, cada bebê escolhe um casal para ser seus pais. Mas havia um que estava muito preocupado com sua nova experiência. Percebendo as dúvidas do pequeno, apareceu a Mestra que tem o poder de sentir todas as coisas. Ela colocou a mão em sua cabeça e falou: 'Tenha confiança. Para que sua vida na Terra seja tranquila eu enviarei um amuleto sob a forma de presente, garantindo sua saúde e felicidade'.
O destino reservou que aquele bebê nascesse numa família de ciganos europeus. E o primeiro presente que recebeu foi um par de sapatinhos vermelhos que ele usou e guardou para sempre. O bebê cresceu e tornou-se muito conhecido e respeitado por todos, assim como seu amuleto. A partir de então, a tradição de dar sapatinhos vermelhos para os recém-nascidos se espalhou pelos cinco continentes."


sábado, 9 de janeiro de 2016

Palavras para quê?

Palavras para quê?
Por um mundo com mais adultos transbordando crianças no coração!


Imagem retirada do facebook de Mileny Moreira Terapeuta Holística.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O meu melhor...

O meu melhor é aquilo que consigo realizar, produzir, oferecer sem culpa, disponibilizar sem perdas, construir em rede...
O meu melhor brota sempre do meu coração, escorre pelo meu sangue e transborda pelos meus sentidos.
O meu melhor pode acontecer de repente ou ser fruto de um planejamento.
O meu melhor é aquilo que me motiva tanto, que me dá tanto prazer que a única via capaz de fazê-lo acontecer é o Amor, em suas diferentes formas...
Hoje eu experimentei o meu melhor! Foi sublime...




segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Nasceu! E agora?

E agora? Costuma dar certo, viu?! É muito trabalho extra, mas o instinto humano é tão forte que costumamos fazer coisas que antes deles seriam impossíveis.  A participação ativa da mãe e do pai com o bebê constrói uma relação afetiva segura para a família.
O seu bebê ganhou uma família um pouco diferente da convencional? - devo esclarecer: duas mães ou dois pais -  sem problemas! Tudo sairá bem se houver amor, companheirismo e amizade nesse abrigo. Não deu à luz? É filho do coração? As mamadeiras estão aí para isso... O importante é saber que esse lar que ele está chegando deve ser o melhor lugar do mundo para ele, e esse "melhor" é aquilo que a família é capaz de proporcionar sem culpas, deixando o coração guiar... 
Pela lei natural das coisas o bebê crescerá, irá para a escola, terá amigos, se relacionará com as pessoas, se apaixonará, sofrerá, cairá, levantará, tornará a cair, e novamente se erguerá, sairá de casa, ganhará o mundo, terá um emprego (ou vários), construirá sua própria família,,, E tudo isso passa tão rápido, que quando nos damos conta, o netinho está por vir e um novo ciclo recomeça!
Bem, para mim, o melhor do ciclo não é o início ou o fim dele, mas o processo... Quando sabemos aproveitar o caminho, o percurso é a melhor viagem de todas!