Qualidade Vivida

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Viver bem, por mim...




Não uso armaduras, não estou em guerra!
A minha transparência é o meu código de honra, mas só pode lê-lo quem eu permitir...
A minha casa revela um pouco de mim...
Compartilho flores e falo apenas de amores, é disso que o mundo que eu habito precisa!
Religião é necessária para quem não consegue sentir Deus por conta própria.
A minha maior dívida será sempre comigo mesma, infelizmente sou o meu maior algoz!
A minha família é fantástica, amorosa e enrolada: do contrário não seria família, tampouco minha.
O meu amor está sempre comigo, mas nunca pretendi saber se estou sempre com ele...
Fumaça só de comida fresquinha, bebidas quentes e do meu banheiro em dia frio.
Quer viver bem? Primeiro descubra o poder do orvalho da manhã no seu corpo, depois olhe o céu por duas semanas e conte quantas estrelas cadentes você viu.
O resto? É receita de bolo...


domingo, 21 de setembro de 2014

Estar junto ou amar? Ou amar estar junto?


Amor...
tão simples e impressionante,
a ponto de te tocar muito mais
que o toque em si
(Márquez, Vinícius. Segundos Depois. Ed. Livros Ilimitados)

Algumas pessoas não entendem que estar junto é uma escolha e não uma obrigação. Ou pelo menos deveria ser...
Em recente bate-papo com amigos da minha faixa etária, alguns disseram: não é tão simples assim, Claudinha! Você diz isso porque é solteira. Ainda teve um outro que completou: "Pessoal, ela diz isso porque é solteira, ou ela é solteira porque diz isso, tipo biscoito Tostine?  Essa aí vai morrer sozinha, se amarra bancar de liberal e bem resolvida" (eu sei que ele está lendo isso agora e pensando: não acredito que ela publicou!)... 
Pois é... Errado! Não banco de liberal, tampouco de bem resolvida porque não sou, estou - e isso não é uma mera questão semântica, mas aprendizado de vida! Tenho os meus grilos, e quando estou namorando sinto ciúme também! O ciúme é natural quando se ama. Pessoas não são coisas, logo, não deveríamos tratá-las como propriedade privada - seria uma violência! O que não podemos é permitir que o ciúme atrapalhe a relação, porque por maior que seja o amor, quando ele é invadido por desconfiança, fruto do excesso de imaginação do companheiro, a relação começa a morrer. O amor que não é cuidado perece. Agora, mesmo cuidando, alguns amores simplesmente acabam e é preciso deixá-los ir para que um próximo amor possa chegar: dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço do coração!
Um dos meus maiores aprendizados (e a idade somada à experiência de vida ajudam bastante nesta questão) foi entender que quando uma relação termina para um dos dois ela termina para o casal! Filho não deve ser motivo para segurar casamento. E quando um dos pares usa o filho como ameça ou escudo ele está sendo desleal com ele, com o par e com o filho. Para mim, nada é mais importante que o amor. A família existirá independente dos pais estarem ou não juntos matrimonialmente. Acho que essa geração que está na faixa dos 20 e poucos anos está muito mais preparada para vivenciar o casamento com plenitude do que a minha geração, de modo geral evidentemente, porque hoje eles têm muito mais permissão para amar. Mesmo quando não têm o discurso dos pais, neste sentido, dentro de casa, existe no imaginário coletivo a defesa da estruturação da família por amor, seja ela qual for: entre homens, entre mulheres, entre homem e mulher. E isto se deve ao mundo globalizado. 
Voltando a minha frase inicial: estar junto é uma questão de escolha, agora amar é encontro! E para mim, divino é estar junto de quem nós amamos e ter sabedoria para mantermos a relação com harmonia, para que ela dure muito tempo...


terça-feira, 9 de setembro de 2014

Tempo: compositor de destino...

Tem uma cena no Banquete, de Platão, que me emociona muito, que é quando Aristófanes define a origem de Eros como sendo o que está a procura do outro, e, para ele, Eros é o mais amigo do homem. Nesta origem, eram três os gêneros da humanidade, e não como agora, o masculino e o feminino. Havia um terceiro, comum a estes dois, o "andrógeno", que era diferente na forma e no nome. No início, dizia ele, éramos compostos de duas partes, ou todas as duas masculinas, ou todas as duas femininas, ou uma metade feminina e a outra masculina, que foram separadas por Zeus. Desta forma, o Amor para Aristófanes (que era um comediante) seria uma espécie de busca pela metade que se perdeu e é aí que aparece, claramente, a função desejante de Eros pela primeira vez, entre os discursos do Banquete.


     ...O motivo disso é que nossa antiga natureza era assim e nós éramos um todo; e portanto

     ao desejo e procura do todo que se dá o amor (Platão.O Banquete. 193 a)


Pensar em Eros como Amor e como Amigo é tão profundo e tão completo... Muitas são as metáforas platônicas que me encantam, certamente... Ter passado boa parte da minha vida apressada por esse encontro, me afastou dele terrivelmente... A minha metade homem precisava trabalhar para colocar dinheiro dentro de casa. A minha metade mulher precisava passar, lavar, cozinhar, arrumar a casa, colocar as crianças para a escola e ainda ensiná-las a se virarem, posto que ensinar a ler, escrever e contar não era função minha, mas da escola. A mim cabia tão somente dar estrutura para que a aprendizagem acontecesse, e quando falo de estrutura me refiro ao termo no latu senso: amor, carinho, lar, comida na mesa, respeito ao próximo, etc, etc, etc...

E nessa mistura de gêneros que me foi imputada tão marcadamente em suas funções: o homem é o que trabalha fora e a mulher a que cuida da casa e dos filhos, eu construí a minha identidade masculina e feminina. O problema foi que elas sempre estiveram tão ocupadas que nunca se encontraram... E assim, não fizeram amor, não foram amigas, não se ajudaram na saúde, porque simplesmente não se conheciam. Foi preciso me deixar adoecer para que elas finalmente se encontrassem.

A quem pertence o tempo? Quem o fabricou? Para que me deixei ser controlada por ele, como se ele fosse um agente externo?

Sim... foi ter compreendido que sou eu quem o defino e priorizo, logo o governo, que tornou-se possível o encontro das minhas duas metades, em mim... Tempo: compositor do meu destino...





terça-feira, 2 de setembro de 2014

limites ilimitados

Existe maior soberania do que a de encontrar um caminho próprio para percorrer?
Durante um bom tempo neguei Wittgenstein por ter dito que "os limites da (nossa) linguagem denotam os limites do (nosso) mundo". Quando estou diante de algo que me inquieta muito, meu primeiro comportamento é negá-lo, depois, quando volto para este algo, sempre me dou conta de que existe nele uma enorme quantidade de mim. Minha segunda reação é defender-me. Mas de quem senão de mim mesma? E aí vem a melhor parte: a superação das minhas limitações...
Me dê miolo de boi para comer, mas não me desafie... Evidentemente que esse desafio tem que ter eco em mim... Os desafios externos não me afetam, mas tão somente aqueles que me colocam diante das minhas fragilidades. Estes sim me transformam sobremaneira! Percebam que eu disse fragilidade e não fraqueza. Não pretendo ser forte, mas potente!
Hoje, qualquer lugar do planeta que eu esteja estabeleço comunicação ainda que eu não saiba o idioma. Pensa pequeno aquele que acha que se comunica apenas com o verbo.
Viaje...
Viaje de qualquer maneira: sozinho, em grupo, em par...
Mas se puder faça isso depois de ter viajado dentro de si!
Respeite-se antes de respeitar o outro - quando aprendemos a nos respeitar, percebemos o vigor que existe em respeitar hierarquias...
Limites existem para serem superados.
Portanto...
Supere-se,
Transforme-se,
E acredite: seu mundo pode ser ilimitado, até que você dê o último suspiro.
Faltará ar muitas vezes...
Mas e daí?
Se o último ar for vivenciando algo que você desejou com as suas vísceras,
Os limites do seu mundo foram muito maiores do que você pudia supor...


Foto da aula de Cross Training da Carol Vaz/ RJ/Rio de Janeiro