Qualidade Vivida

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Palavras para um futuro bom...

Como bem lembrou Carlos Drummond: gênio foi quem teve a ideia de cortar e fatiar o tempo, dando-lhe o nome de ano... 
Fim de ano, renovação de votos, criação de tantos outros... A marcação do tempo nos permite ganhar fôlego para seguirmos em frente. 
Desejo a todos, embalada por Drummond, neste fim espetacular de 2013 - sobrevivi e isso já é coisa pra caramba, aliás, é incrível...
- que os leões que apareçam em 2014 não sejam mortos por nós, mas domados para juntarem-se a nós;

- que possamos cuidar com amor dos nossos idosos - eles são as nossas crianças experientes de ontem, hoje;


- que revisitemos D. Quixote - sempre!


que sejamos companheiros de nossos irmãos; 

que estejamos em família, ainda que distante dela;


- que oremos mais - a oração tem o poder da cura! Essa é a minha oração preferida, mas vale qualquer uma!



- que sejamos humildes para reconhecermos nossos erros e pedir perdão ao outro e a nós mesmos - é libertador!


- que tenhamos mais beijos apaixonados;


- encontros inesperados, inusitados e eternizados;


- abraços sinceros - daqueles de fundir as almas;


- um, pelo menos um amor como o das Araras;


- saídas do ar para turbinar os nossos sonhos;


- àqueles que não conhecem o Rio de Janeiro, desejo que incluam em seus planos! Poderão constatar que o Rio é a Capital do Universo!


- Escrevamos nossos pensamentos. É catártico...


- Estejamos logados, mas que não nos percamos da Natureza;


- que ultrapassemos nossos limites, de forma protegida - isso é transcendência;


- sonhemos juntos;


- tenhamos 1 dia por mês entre amigos mais íntimos (eu chamo esse dia de dia da calcinha);


- Que possamos construir nossos percursos em caminho colorido e que sejamos o melhor pintor do nosso trajeto;


- encontremos com amigos de infância, pelo menos uma vez por ano;


- acreditemos em Ets, fadas, duendes, gnomos, no poder do OMO - força total, no raio que nos parta, mas acreditemos em alguma coisa - a fé nos move aos caminhos mais surpreendentes!


- que possamos ouvir mais música;


- dancemos, mesmo que a música esteja apenas na nossa imaginação;


- sejamos atentos em momentos que exijam a nossa atenção e distraídos quando estivermos de folga;


- aventuremo-nos: a experiência de algo que nunca fizemos poderá nos servir de bússola no futuro;




- fotografemos mais: o foco é nosso, o olhar é nosso e o resultados é sempre um fenômeno;


- tenhamos pelo menos um amigo em quem possamos confiar um segredo - a confiança gera conforto e alivia a alma;


- sonhemos;


- continuemos sonhando...


- que nunca paremos de sonhar...
... mas... não nos percamos dos/nos nossos sonhos para que possamos realizá-los;


- tenhamos como palavra de ordem a REINVENÇÃO! E, a partir dela, possamos nos desconstruir;


- cuidemos dos animais - qualquer um! Se eles existem é porque são necessários;


- plantemos mais árvores: que deem flores, frutos ou apenas sombras, mas plantemos mais árvores!


- desafiemos mais os nossos medos;


- que venham lugares novos, comidas novas, pessoas novas...


- sempre que possível, contemplemos o nascer e o por do sol: é revigorante!


- tomemos mais banhos de chuva por escolha - assim, brincamos mais...


- amemos com paixão;


- tenhamos dentro de nós barcos que possam voltar para terra firme e, mesmo atracados, possam continuar embalando a nossa alma;


- tenhamos uma boa vida;


- ao infinito e além...


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Caminhos e Escolhas

O meu convite é que vocês leiam o texto com o fundo musical... Eis a minha homenagem pelo belíssimo ano de 2013!
Dedico este texto ao meu facilitador de Biodanza: Bruno Martins, representando os meus amigos que dançaram a Vida junto comigo...

Dois monges caminhavam em direção ao pico de uma montanha, em silêncio e reclusão, quando presenciaram o afogamento de uma bela jovem. Um deles, imediatamente, atirou-se no lago e pegou a moça em seus braços e salvou a sua vida, deixando-a deitada na grama. Os dois, depois disso, seguiram o seu caminho até o topo da montanha para cumprirem com a tarefa que lhes era destinada. Os anos se passaram e um dos monges falou ao outro que salvou a vida da jovem: 
- Monge, não posso deixar de alerta-lhe quanto ao nosso mandamento quando saímos em retiro: lembra-se do dia em que salvou a jovem de afogamento, quando estávamos caminhando para a purificação de nossas almas? Pois bem, não deverias ter feito aquilo. Uma das exigências para a purificação é não termos contato com nenhum outro corpo exceto o nosso e você tocou o corpo daquela linda jovem. 
- Querido Monge, eu a deixei deitada naquela grama naquele instante do salvamento e você a carrega consigo até hoje.

Quando deixamos de ralizar algo que é muito importante para nós, por questões morais - sejam elas quais forem - carregamos conosco o desejo, como se ele aprisionasse a nossa alma. Precisamos viver eticamente todos os nossos valores e confiarmos mais na nossa intuição. As nossas escolhas são frutos dos encontros que temos. Estamos sempre, e invariavelmente, escolhendo sobre isso ou aquilo e ao decidirmos deixamos de fora uma infinidade de outros desejos - muitas vezes tão ou mais importantes que os escolhidos. 
O tempo cronológico é uma marcação humana, que nos apresenta como seres históricos. Aproveitemos essa marcação e façamos da virada de mais um ano uma homenagem às nossas escolhas - todas! Não erramos. Ainda que tenhamos a sensação de que escolhemos mal, escolhemos bem, pois elas foram frutos das nossas possibilidades naquele momento e foram estas possibilidades que nos trouxeram do jeito que estamos, até aqui! Devemos agredecer muito a nós mesmos por isso... 
Estas escolhas que fizemos podem e devem ser repensadas para 2014 e assim, que possamos avaliá-las nas nossas vidas. A partir das conclusões que chegarmos, partimos em direção aos novos percursos, com novas possibilidades, mas com mais sabedoria em nosso coração. 
Gosto de lembrar que, quase sempre, a beleza da vida está na superfície, bem diante de nossos olhos, bem ao alcance de nossas mãos. Que este ano que entra possamos estar mais inteiros no aqui e agora, na superfície da terra que nos sustenta, e que as raízes possam fincar-se apenas no solo que for fértil para a nossa estada - é bom partirmos, mas é melhor ainda podermos voltar para casa! E, por todos os caminhos que percorrermos, deixemos nossa melhor semente para que aquela terra, de alguma forma possa semear o que há de bom em nós. 
Obrigada a todos que estiveram comigo radicalmente (filhas, pais, irmãos, cunhada, sobrinhos e amigos mais íntimos)... Obrigada a todos que estiveram comigo na superfície e me proporcionaram transformações e alegrias, tristezas e aprendizados... Obrigada a todos que estiveram comigo semeando possibilidades diferentes!
Dou graças a Vida por cada instante que vivi até aqui! Que o Natal seja como deve ser: feliz e de confraternizações e que 2014 seja uma porta aberta para o Mar, apontando em direção ao infinito...
Cláudia Barbeito

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Casamento não é pra mim.

Foi o título que me convidou à leitura do texto abaixo. Pensei: casamento não é para mim. E fui nele... e morri de inveja da Kim! Pois é... eu estava com o discurso equivocado! Casamento é para aquelas pessoas que aprenderam a compartilhar emoções de vida - eu sou uma dessas pessoas! Lembrei-me do dia em que meu ex-marido me pediu em casamento. Eu estava nos fundos da minha casa com ele, era uma noite linda. O clima estava romântico: estávamos à beira da piscina, admirando um ao outro. Pouco falávamos. Nos olhávamos apaixonados. Eu realmente não podia imaginar que naquele instante eu seria pedida em casamento. Não queríamos um casamento formal - apenas estarmos um com o outro para sempre (e durou para sempre, até o dia em que terminou).
Casamento implica em fidelidade das vidas, mas principalmente, o casamento exige cumplicidade. Podemos estar casados de diferentes maneiras: com o par, com a carreira, com a gente mesmo... Quando assumimos esse status quo é sinal de que assinamos com a nossa identidade o tipo de pessoa que decidimos ser na sociedade em que vivemos.
Como ainda estou emocionada com o texto, decidi compartilha-lo com vocês e quem sabe, emocioná-los também...


Casamento não é para você

Estando casado apenas por um ano e meio, eu recentemente cheguei à conclusão de que casamento não é para mim.
Agora, antes que você comece a imaginar coisas, continue lendo.
Eu conheci minha esposa na escola, quando tínhamos 15 anos. Nós éramos amigos havia dez anos, até que…  até que decidimos que não queríamos ser apenas amigos. Eu recomendo fortemente que melhores amigos se apaixonem. Haverá bons tempos para todos.
No entanto, me apaixonar por minha melhor amiga não me impediu de ter certos medos e ansiedades sobre me casar. Quanto mais eu e Kim nos aproximamos da decisão de nos casarmos, mais eu fui tomado por um medo paralisante. Eu estava pronto? Eu estava fazendo a escolha correta? Kim era a pessoa certa para mim? Ela me faria feliz?
Então, certa noite, eu compartilhei esses pensamentos e preocupações com meu pai.
Talvez cada um de nós tenha momentos em nossas vidas em que parece que o tempo fica mais lento, ou o ar fica parado, e tudo ao nosso redor parece encolher, marcando aquele momento que você nunca vai esquecer.
Meu pai dando suas respostas às minhas preocupações foi um grande momento para mim. Com um sábio sorriso ele disse, “Seth, você está sendo totalmente egoísta. Então eu vou simplificar as coisas: casamento não é para você. Você não se casa para ser feliz, você se casa para fazer alguém feliz. Mais que isso, seu casamento não é para você, você está casando para uma família. Não apenas para os parentes e todas essas besteiras, mas pelos seus futuros filhos. Quem você quer que te ajude a criá-los?  Quem você quer que os influencie? Casamento não é para você. Não é sobre você.Casamento é sobre a pessoa com quem você se casou.”
Foi nesse exato momento que eu soube que Kim era a pessoa certa para mim. Eu percebi que eu queria fazê-la felizvê-la sorrir todos os dias, vê-la gargalhar todos os dias. Eu queria ser parte da família dela, e a minha família queria que ela fosse parte da nossa. E lembrando de todas as vezes em que a vi brincando com meus sobrinhos, eu soube que ela era a pessoa com quem eu gostaria de construir nossa própria família.
O conselho de meu pai foi ao mesmo tempo chocante e revelador. Foi na contramão da “filosofia Walmart” de hoje, que é: se não te faz feliz, você pode devolver e pegar um novo.
Não, um verdadeiro casamento (e um verdadeiro amor) nunca é centrado em você. É centrado na pessoa que você ama – seus desejos, suas necessidades, suas esperanças, e seus sonhos. O egoísmo exige: “O que há aí para mim?”, enquanto o amor pergunta: “O que eu posso dar?”
Há algum tempo, minha esposa me mostrou o que é amar sem egoísmo. Por muitos meses, meu coração endureceu com uma mistura de medo e ressentimento. Então, quando a pressão chegou a um nível insuportável, as emoções explodiram. Eu era insensível. Eu era egoísta.
Mas, ao invés de se igualar ao meu egoísmo, Kim fez algo além do maravilhoso – ela mostrou um transbordamento deamor. Deixando toda a dor e angústia que eu havia causado, ela amorosamente me tomou em meus braços e acalmou minha alma.
Eu percebi que tinha esquecido o conselho do meu pai. Enquanto o lado de Kim no casamento tinha sido me amar, meulado do casamento era só sobre mim. Essa terrível descoberta me levou às lágrimas, e eu prometi à minha esposa que iria tentar ser melhor.
Para todos que estão lendo esse texto – casados, quase casados, solteiros, ou mesmo solteirão ou solteirona – eu quero que você saiba que casamento não é para você. Nenhuma relação de amor verdadeiro é para você. O amor é para a pessoa que você ama.
E, paradoxalmente, quanto mais você verdadeiramente ama essa pessoa, mais você recebe. E não apenas dessa pessoa, mas dos amigos dela e da família dela e milhares de outras pessoas que você nunca teria conhecido se seu amor permanecesse egoísta.
Na verdade, amor e casamento não são para você. São para os outros.