Qualidade Vivida

sábado, 11 de agosto de 2012

Oi, pai!

Amanhã é dia dos pais! Tudo bem, você vai dizer: "todo dia é dia de quem amamos"...
Aprendi que amar depende de encontro. Lembro-me da minha adolescência e de quantas vezes desejei que meus pais morressem. Quanta culpa carreguei por isso... Como ela acabou? Quando aprendi que fazemos o que podemos. É humano quando o adolescente deseja que os pais desapareçam, desintegrem, quando são contrariados. Naquela época eu não entendia que eu podia sentir raiva deles! Então, a minha saída era sempre o mundo da imaginação, porque a raiva apareceria no meu rosto (nunca consegui disfarçar emoções). Daí, eu corria para o meu quarto e me trancava por um bom tempo - o suficiente para a raiva ir embora do meu corpo, por fora, e para que os meus pais não percebessem o que eu estava sentindo. Para aliviar a minha dor eu criava histórias onde aquelas criaturas, que eu chamava de mãe e pai, desapareciam daquele contexto e eu, ficticiamente, conseguia realizar os meus desejos proibidos por eles. Até que, finalmente, eu entendi que todo e qualquer sentimento jamais abalaria o amor que sentimos um pelo outro. Depois disso, passei a ser mais generosa comigo. Com menos culpa, fiquei mais leve e mais disponível para demonstrar o meu amor e para doar o melhor de mim.
O meu pai ainda está ao meu lado (ainda bem)... e eu, hoje, falo com ele todos os dias (que posso)! E quando falo, meu coração se alegra.
De tudo o que aprendi, o mais importante foi "me perdoar", ainda nas bobagens que fiz, falei ou senti! Assim, sempre me lembro das coisas bacanas que vivemos, e, as que não foram bacanas eu joguei fora!
Quando entendemos que fazemos o melhor que podemos (mesmo que seja uma merda sem tamanho) conseguimos aguentar o peso dessa ação e a arcar com ela - parece até que ela fica mais leve, mas na verdade, ela se torna suportável! É quando a aprendizagem acontece.
Bem...

  • Se seu pai é vivo vá ao seu encontro, seja lá o que isso signifique dizer!
  • Se seu pai já morreu, ore por ele e o perdoe por tê-lo feito sofrer inúmeras vezes! Mas esse perdão, não é pelo homem que doou o espermatozoide para encontrar com o óvulo que o fecundou. É pelo homem que você criou dentro de você! O outro nunca é aquilo que imaginamos que ele seja... Sempre construímos um personagem dele, em nós! Perdoando o pai que reside em você , estará se perdoando pelas palavras de amor que você deixou de dize-lo. Então: diga em oração! Quem sabe ele escuta?! (ele, que morreu ou ele que existe em você)
  • Se seu pai é vivo, mas é como se fosse morto, ressuscite-o da maneira que puder: em você, através de uma ligação, por uma carta, por e-mail... Mas não deixe de dizer: Oi, pai! E de entender que você estará fazendo o melhor que você pode! Já pensou se você conseguir dizer: Oi, pai. Eu te amo!
  • Agora vai lá... Se nada disso for possível, ainda assim, transforme o seu dia dos pais em um dia MUITO gostoso e dedique-o ao seu filho; se não tiver filho, ao filho do seu amigo; se seu amigo não tiver filho: ao filho que você é de si mesmo! Mas não deixe de comemorar o dia pais!